Familismo e judicialização: aproximações ao debate a partir de processos judiciais de interdição e curatela
DOI:
https://doi.org/10.31423/oikos.v35i1.14998Keywords:
Judicialização, Familismo, Curatela, Serviço SocialAbstract
The theoretical article problematizes the judicial requests for interdiction and curatorship, combining discussions about judicialization and familism. The debates of the Theory of Social Reproduction (RRT), a theme permeated by gender oppression and exploitation of the women's workforce and their naturalization within the family, are used. Themes such as state, family and social policies complement the analysis framework and provide subsidies to reflect the social disprotection that has permeated families that activate the judiciary in situations of interdiction and curatorship, as a last strategy of access to minimal social protection. Thus, it is unveiled that in many situations judicialization stems from the need of the population more vulnerable to access or continue accessing their social rights, these, under strong and constant attack by the ultraneoliberal project. It is also concluded that a family perspective has emerged in dealing with the issue, relating to the Brazilian social protection model that has been being built under the unpaid work of women.
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