OS RISCOS ERGONÔMICOS NO COTIDIANO DAS EQUIPES DE ENFERMAGEM

Autores

  • Beatriz Botelho de Andrade Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais
  • Leila de Fátima Santos Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais
  • Lilian Machado Torres Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.18540/revesvl1iss3pp0498-0510

Palavras-chave:

Saúde do trabalhador, Engenharia humana, Riscos ocupacionais, Enfermagem

Resumo

O profissional ao desempenhar um trabalho se expõe aos riscos a ele relacionados, podendo adoecer física e mentalmente, devido às mudanças nos processos laborais, associadas ao ritmo intenso e longas jornadas. Os trabalhadores da equipe de enfermagem, especificamente, prestam assistência direta ao indivíduo, em longos períodos de tempo, o que aumenta a exposição aos riscos ocupacionais. Revisão integrativa de literatura nacional e internacional cujo objetivo foi identificar os riscos ergonômicos no cotidiano das equipes de enfermagem. A busca foi realizada em quatro bases de dados, aplicando-se os filtros “texto completo” e “publicações a partir de 2012”. Após o refinamento foram obtidos 27 estudos para análise. Do total, sete citaram a dor lombar como manifestação mais significativa na equipe de enfermagem, com prevalência variando de 21,2 a 75%. Outras áreas corporais citadas foram: braços e punhos, pescoço, ombros, pé/tornozelo, costas, pescoço e ombro esquerdo. Os fatores de risco para os distúrbios musculoesqueléticos encontrados estão relacionados ao tipo de trabalho exercido, ao setor de trabalho, às longas e exaustivas jornadas de trabalho, à sobrecarga de trabalho, postura inadequada entre outros. Fica evidente a necessidade de implantação de programas de saúde que visam a promoção da saúde e prevenção de agravos, além de monitoramento dos trabalhadores quanto à saúde física e mental, com vistas à melhora da qualidade de vida no trabalho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Beatriz Botelho de Andrade, Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais

Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais.

Leila de Fátima Santos, Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais

Doutoranda em Cirurgia e Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (2017). Mestre em Administração de Empresas pela Faculdade Novos Horizontes (2010). Especialista em Enfermagem do Trabalho pela Faculdade de Enfermagem Luiza de Marillac (2007). Graduada em Enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2003). Docente na Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG). Membro da Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso de Enfermagem da Faculdade Ciências Médicas (2017). Membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (2017). Experiência na área de Saúde do Adulto, Terapia Intensiva, Sistematização da Assistência de Enfermagem, Administração em Enfermagem, Gestão em Saúde e Saúde do Trabalhador.

Lilian Machado Torres, Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais

Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - Itajubá/MG (1981) e em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1991). Especialista em Epidemiologia do Controle de Infecções Hospitalares (1996) e em Metodologia do Ensino Superior (1986) pela PUC Minas, e especialista em Administração Hospitalar (1984) pelas Organizações São Camilo. Mestre em Ciências pela Escola de Enfermagem da USP (2011). Doutor em Ciências pela Escola de Enfermagem da USP (2015). Realizou estágio de doutorado na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra/Portugal (Bolsa CAPES). Docente e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais e Enfermeira aposentada do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais. Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Gestão da Assistência, Gestão de Pessoas, Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde e Centro Cirúrgico.

Referências

ALBUQUERQUE, SGE; CASTRO, RD; FERREIRA, GLS; OLIVEIRA, KL. Fatores de Risco à Segurança do Enfermeiro na Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Geral. Rev. bras. ciênc. saúde; 19(2): 135-142, 2015.

ALPEROVITCH-NAJENSON, D; SHEFFER, D; TREGER, I; FINKELS, T; KALICHMAN, L. Rehabilitation versus Nursing Home Nurses’ Low Back and Neck-Shoulder Complaints. Rehabilitation Nursing 2015, 40, 286–293.

ANTUNES, R; PRAUN, L. A sociedade dos adoecimentos no trabalho. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 123, p. 407-427, jul./set. 2015.

ATTAR, SM. Frequency and risk factors of musculoskeletal pain in nurses at a tertiary centre in Jeddah, Saudi Arabia: a cross sectional study. BMC Res Notes; 7: 61, 2014 Jan 25.

BELEZA, CMF; GOUVEIA, MTO; ROBAZZI, MLCC; TORRES, CRD. Riesgos ocupacionales y problemas de salud percibidos por trabajadores de enfermería en una unidad hospitalaria. Cienc. enferm. vol.19 no.3 Concepción 2013.

BRASIL, 1978. NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR09/NR-09-2016.pdf Acesso em: 09 de nov. 2017.

BRASIL, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em 10 de nov. 2017.

BRASIL, 1994. Portaria n.º 25, de 29 de dezembro de 1994. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Portaria+n.+25+SSST+MTb+29+dezembro+1994+Aprova+a+NR+9+sobre+o+Programa+de+Prevencao+e+riscos+ambientais_000gvpl14yq02wx7ha0g934vgrnn5ero.PDF Acesso em: 09 de nov. 2017.

BRASIL, 2015. Anuário Estatísticos de Acidentes do Trabalho. Disponível em: http://www.previdencia.gov.br/wp-content/uploads/2017/05/aeat15.pdf Acesso em 11 de nov. 2017.

CARUGNO, M; PESATORI, AC; FERRARIO, MM; FERRARI, AL; SILVA, FJ; MARTINS, AC; FELLI, VEA; COGGON, D; BONZINI, M. Physical and psychosocial risk factors for musculoskeletal disorders in Brazilian and Italian nurses. Cad Saude Publica; 28(9): 1632-42, 2012 Sep.

CARVALHO, C; MAGALHÃES, S. Who cares for the caregiver: key factors that affect the health of nursing Professionals, a biopsychosocial view. Rev. pesqui. cuid. fundam. (Online); 5(3): 122-131, jul.-set. 2013.

CÔRREA, VM; BOLETTI, RR. Ergonomia: Fundamentos e Aplicações – Porto Alegre: Bookman, 2015.

CUNHA, AP; SOUZA, EM; MELLO, R. Os fatores intrínsecos ao ambiente de trabalho como contribuintes da síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem. Rev. pesqui. cuid. fundam. (Online); 4(supl.1): 29-32, 2012.

FERRAZ, RRN; MACEDO, RS; FORNARI, JV; BARBABÉ, AS. Prevalência de varizes em trabalhadores mantidos em posição ortostática. Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 17(3): 6-13, jul-set, 2015.

FILHO, JMJ. Engajamento no trabalho, impedimentos organizacionais e adoecer: a contribuição da Ergonomia da Atividade no setor público brasileiro. Rev. bras. saúde ocup. vol.40 no.131 São Paulo Jan./June 2015.

FONTANA, RT; LAUTERT, L. The situation of nursing work and occupational risks from an ergological perspective. Rev Lat Am Enfermagem; 21(6): 1306-1313, Nov-Dec/2013.

GHILAN, K; AL-TAIAR, A; YOUSFI, NA. ZUBAIDI, RA; AWADH, I; AL-OBEYED, Z. Low back pain among female nurses in Yemen. Int J Occup Med Environ Health; 26(4): 605-14, 2013 Aug.

GOLABADI, M; ATTARCHI, M; RAEISI, S; NAMVAR, M. Effects of psychosocial strain on back symptoms in Tehran general hospital nursing personnel. Arh Hig Rada Toksikol 2013;64:505-512.

GONZÁLEZ, MF; VALENCIA, MF; HUERTA, MAM; RODRÍGUEZ, MPG; RECIO, MCJ; DÍAZ, FDC. Trastornos musculoesqueléticos en personal auxiliar de enfermería del Centro Polivalente de Recursos para Personas Mayores "Mixta" de Gijón - C.P.R.P.M. Mixta. Gerokomos vol.25 no.1 Barcelona mar. 2014.

GOUVEIA, MTO; OLIVEIRA, VC; LIRA, IMS. Riscos ergonômicos em um Centro de Material e Esterilização. Rev. enferm. UFPI; 5(3): 42-47, jul.-set.2016.

HEIDEMANN, HD; TOLEDO, CA; BOECHAT, CA. O trabalho no Brasil: traçado interpretativo de sua história de formação e de sua crítica. Estud. av. vol.28 no.81 São Paulo May/Aug. 2014.
LEMO, A; SILVA, AG; TUCHERMAN, M; TALERMAN, C; GUASTELLI, RL; BORBA, CL. Risk reduction in musculoskeletal practice assistance professional nursing pilot in semi intensive care unit. Work; 41 Suppl 1: 1869-72, 2012.

LORO, MM; ZEITOUNE, RCG. Collective strategy for facing occupational risks of a nursing team. Rev. esc. enferm. USP vol.51. São Paulo 2017. Epub Mar 09, 2017.

MARINHO, MS; ALMEIDA, CT; ANDRADE, EN. Risco ergonômico nas práticas da equipe de enfermagem de uma UTI. C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.1, p.192-205, jan./jun. 2015.

MARQUES, DO; PEREIRA, MS; SOUZA, ACS; VILA, VSC; ALMEIDA, CCOF; OLIVEIRA, EC. O absenteísmo - doença da equipe de enfermagem de um hospital universitário. Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):876-82.

MININEL, VA; FELLI, VEA; SILVA, EJ; TORRI, Z; ABREU, AP; BRANCO, MTA. Workloads, strain processes and sickness absenteeism in nursing. Rev Lat Am Enfermagem; 21(6): 1290-1297, Nov-Dec/2013.

NERY, D; TOLEDO, AM; JÚNIOR, SO; TACIRO, C; CARREGARO, R. Análise de parâmetros funcionais relacionados aos fatores de risco ocupacionais da atividade de enfermeiros de UTI. Fisioter. Pesqui. vol.20 no.1 São Paulo mar. 2013.

OIT, 2014. Trabalho só pode ser decente se for seguro e saudável. Disponível em: http://www.oit.org.br/content/trabalho-so-pode-ser-decente-se-seguro-e-saudavel Acesso em 12 de nov. 2017.

OLIVEIRA, LPS; ARAÚJO, GF. Características da Síndrome de Burnout em enfermeiros da emergência de um hospital público. Revista Enfermagem Contemporânea. 2016 Jan./Jun.;5(1):34-42.

OLIVEIRA, VC; ALMEIDA, RJ. Aspectos que Determinam as Doenças Osteomusculares em Profissionais de Enfermagem e seus Impactos Psicossociais. J Health Sci 2017;19(2):130-5.

PACHECO, ES; SOUZA, ARR; SOUSA, PTM; ROCHA, AF. Prevalence of musculoskeletal symptoms related to nursing work in the hospital field. Rev Enferm UFPI. 2016 Oct-Dec;5(4):31-7.

PAULA, AA; SANCHEZ, COM; PEREIRA, MJ. ACC CIETNA. Año 4. Nº 1 pp. (7-20) 2016.

PETERSEN, RS; MAZIALE, MHP. Low back pain characterized by muscle resistance and occupational factors associated with nursing. Rev Lat Am Enfermagem; 22(3): 386-393, May-Jun/2014.

PRIETO, AAM; MÚNERA, YMC; LÓPEZ, MCR. Riesgo ergonómico asociado a sintomatología musculoesquelética en personal de enfermería. Hacia promoc. salud; 20(2): 132-146, jul.-dic. 2015.

REED, LF; BATTISTUTTA, D; YOUNG, J; NEWMAN, B. BMC Musculoskelet Disord; 15: 196, 2014 Jun 05.

SANCHEZ, FFS; OLIVEIRA, R. Aspectos mediadores e desencadeadores da síndrome de burnout nos enfermeiros. CuidArte, Enferm; 10(1): 61-67, jan.-jun. 2016.

SHIEH, S-H; SUNG, F-C; SU, C-H; TSAI, Y; HSIEH, VC-R. Increased low back pain risk in nurses with high workload for patient care: A questionnaire survey. Taiwan J Obstet Gynecol; 55(4): 525-9, 2016 Aug.

SHOJI, S; SOUZA, NVDO; FARIAS, SNP. Impacto do ambiente laboral no processo saúde doença dos trabalhadores de enfermagem de uma unidade ambulatorial especializada. REME rev. min. enferm; 19(1): 43-48, jan.-mar. 2015.

SHOJI, S; SOUZA, NVDO; FARIAS SNP; VIEIRA, MLC; PROGIANTI, JM. Proposta de melhoria das condições de trabalho em uma unidade ambulatorial: perspectiva da enfermagem. Esc. Anna Nery Rev. Enferm; 20(2): 303-309, abr.-jun. 2016.

SILVA, ICJ; ALVES, NR; NOGUEIRA, MS; MENDONÇA, RMC; ALVES, FAVB; ALVES, AG; VALENTE, PHF; ARAÚJO, TP; SOUZA, EL; CUNHA, RP; PIRES, MKD; FANTINATI, MS. Incidência dos sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho da equipe de enfermagem do Hospital Santa Gemma/AFMBS. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (28-141), 2014.

SMITH, ELM. How are nurses at risk?. Work; 41 Suppl 1: 1911-9, 2012.

SOUZA, MNA; SILVA, GM; COSTA, TS; NUNES, RMV; MEDEIROS, HRL. Prevalência de distúrbios osteomusculares em enfermeiros. FIEP BULLETIN - Volume 85 - Special Edition - ARTICLE I – 2015.

STURZA, JM; MARQUES, AD. A Importância do Trabalho para a Consolidação da Dignidade do Homem: Apontamentos sob a Perspectiva dos Direitos Sociais. Direito, Estado e Sociedade, n.50 p. 109 a 125 jan/jun 2017.

THIEDE, M; LIEBERS, F; SEIDLER, A; GRAVEMEYER, S; LATZA, U. Gender specific analysis of occupational diseases of the low back caused by carrying, lifting or extreme trunk flexion--use of a prevention index to identify occupations with high prevention needs. Am J Ind Med; 57(2): 233-44, 2014 Feb.

VIDOR, CR; MAHMUD, MAI; FARIAS, LF; SILVA, CA; FERRARI, JN; COMEL, JC; NERY, RM; SANTOS, AC; STEFANI, MA. Prevalência de dor osteomuscular em profissionais de enfermagem de equipes de cirurgia em um hospital universitário. Acta Fisiatr. 2014;21(1):6-10

WARNAKULASURIYA, SSP; PEIRIS-JOHN, RJ; COGGON, D; NTANI, G; SATHIAKUMAR, N; WICKREMASINGHE, AR. Musculoskeletal pain in four occupational populations in Sri Lanka. Occup Med (Lond); 62(4): 269-72, 2012 Jun.

WORM, FA; PINTO, MAO; SCHIAVENATO, D; ASCARI, RA; TRINDADE, LL; SILVA, OM. Risco de adoecimento dos profissionais de enfermagem no trabalho em atendimento móvel de urgência. Rev. cuid. (Bucaramanga. 2010); 7(2): 1288-1296, july.-dic. 2016.

YADA, H; ABE, H; LU, X; WAKIZAKI, Y; OMORI, H; MATSUO, H; ISHIDA, Y; KATOH, T. Job-related stress in psychiatric nurses in Japan caring for elderly patients with dementia. Environ Health Prev Med. 2014 Nov; 19(6): 436–443.

Downloads

Publicado

2018-10-17

Como Citar

de Andrade, B. B., Santos, L. de F., & Torres, L. M. (2018). OS RISCOS ERGONÔMICOS NO COTIDIANO DAS EQUIPES DE ENFERMAGEM. REVES - Revista Relações Sociais, 1(3), 0498–0510. https://doi.org/10.18540/revesvl1iss3pp0498-0510

Edição

Seção

Trabalho