AVALIAÇÃO DE COBERTURAS COMESTÍVEIS PARA CONSERVAÇÃO DE PIMENTA-BIQUINHO (Capsicum chinense JACQ.)

Autores

  • Graziela Silva Oliveira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba, MG
  • Nataly de Almeida Costa Cientistas de Alimentos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba, MG.
  • Cleide Maria Ferreira Pinto EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
  • Cláudia Lúcia de Oliveira Pinto Epamig Sudeste
  • Sérgio Mauricio Lopes Donzeles Epamig Sudeste
  • Eliane Maurício Furtado Martins Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba, MG.

DOI:

https://doi.org/10.21206/rbas.v8i4.3078

Palavras-chave:

Biofilmes, Capsicum spp. Cobertura Comestível, Pós-colheita, Vida de Prateleira

Resumo

A demanda pela pimenta-biquinho Capsicum chinense Jacq. é crescente sendo um dos problemas na sua cadeia produtiva a perda de massa e de características típicas do fruto. Assim, o estudo de alternativas sobre a conservação pós-colheita tem grande importância para produtores, processadores e consumidores.  Desta forma, objetivou-se avaliar o uso de coberturas comestíveis para a conservação de frutos pimenta-biquinho. Frutos lavados e sanitizados foram imersos em coberturas à base de cera de carnaúba, fécula de mandioca, gelatina e pectina cítrica e armazenados à temperatura ambiente de 25°C. Frutos lavados e, apenas sanitizados, constituíram um dos tratamentos e, frutos apenas lavados constituíram o controle. No tempo zero e a cada 3 dias, por 12 dias, realizaram-se análises físico-químicas, microbiológicas, e avaliação visual dos frutos. Não houve diferença (p>0,05) para pH, acidez titulável e teor de sólidos solúveis entre tratamentos, entretanto houve diferença (p<0,05) com relação ao tempo de armazenamento. Para firmeza e atividade de água, não houve diferença (p>0,05) entre tratamentos. A coloração vermelha ou amarela dos frutos manteve-se estável durante o armazenamento, independente do tratamento. O índice Chroma variou (p<0,05) com o tempo de armazenamento. Em todos os tratamentos, observou-se perda de massa ao longo do tempo de estocagem. Concluiu-se que as características físico-químicas como pH, acidez titulável, teor de sólidos solúveis, firmeza e coloração não são alteradas com utilização das coberturas comestíveis. Entretanto, estas mesmas coberturas não contribuem para minimizar a perda de massa dos frutos com consequente ocorrência de enrugamento e escurecimento ao final de 12 dias de armazenamento. A cobertura à base de fécula de mandioca 3% permite manter as características visuais da pimenta-biquinho por 12 dias. A retirada do pedúnculo pode ter contribuído para o aumento da contaminação microbiana dos frutos.

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Biografia do Autor

Graziela Silva Oliveira, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba, MG

Cientistas de Alimentos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba,
MG.

Nataly de Almeida Costa, Cientistas de Alimentos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba, MG.

Cientistas de Alimentos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba, MG.

Cláudia Lúcia de Oliveira Pinto, Epamig Sudeste

Pesquisadora da Epamig Sudeste

Sérgio Mauricio Lopes Donzeles, Epamig Sudeste

Pesquisador da Epamig Sudeste

Eliane Maurício Furtado Martins, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba, MG.

Prof. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba, MG.

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Publicado

2018-12-31

Como Citar

Oliveira, G. S., Costa, N. de A., Pinto, C. M. F., Pinto, C. L. de O., Donzeles, S. M. L., & Martins, E. M. F. (2018). AVALIAÇÃO DE COBERTURAS COMESTÍVEIS PARA CONSERVAÇÃO DE PIMENTA-BIQUINHO (Capsicum chinense JACQ.). Revista Brasileira De Agropecuária Sustentável, 8(4). https://doi.org/10.21206/rbas.v8i4.3078

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