AVALIAÇÃO DE COBERTURAS COMESTÍVEIS PARA CONSERVAÇÃO DE PIMENTA-BIQUINHO (Capsicum chinense JACQ.)
DOI:
https://doi.org/10.21206/rbas.v8i4.3078Palavras-chave:
Biofilmes, Capsicum spp. Cobertura Comestível, Pós-colheita, Vida de PrateleiraResumo
A demanda pela pimenta-biquinho Capsicum chinense Jacq. é crescente sendo um dos problemas na sua cadeia produtiva a perda de massa e de características típicas do fruto. Assim, o estudo de alternativas sobre a conservação pós-colheita tem grande importância para produtores, processadores e consumidores. Desta forma, objetivou-se avaliar o uso de coberturas comestíveis para a conservação de frutos pimenta-biquinho. Frutos lavados e sanitizados foram imersos em coberturas à base de cera de carnaúba, fécula de mandioca, gelatina e pectina cítrica e armazenados à temperatura ambiente de 25°C. Frutos lavados e, apenas sanitizados, constituíram um dos tratamentos e, frutos apenas lavados constituíram o controle. No tempo zero e a cada 3 dias, por 12 dias, realizaram-se análises físico-químicas, microbiológicas, e avaliação visual dos frutos. Não houve diferença (p>0,05) para pH, acidez titulável e teor de sólidos solúveis entre tratamentos, entretanto houve diferença (p<0,05) com relação ao tempo de armazenamento. Para firmeza e atividade de água, não houve diferença (p>0,05) entre tratamentos. A coloração vermelha ou amarela dos frutos manteve-se estável durante o armazenamento, independente do tratamento. O índice Chroma variou (p<0,05) com o tempo de armazenamento. Em todos os tratamentos, observou-se perda de massa ao longo do tempo de estocagem. Concluiu-se que as características físico-químicas como pH, acidez titulável, teor de sólidos solúveis, firmeza e coloração não são alteradas com utilização das coberturas comestíveis. Entretanto, estas mesmas coberturas não contribuem para minimizar a perda de massa dos frutos com consequente ocorrência de enrugamento e escurecimento ao final de 12 dias de armazenamento. A cobertura à base de fécula de mandioca 3% permite manter as características visuais da pimenta-biquinho por 12 dias. A retirada do pedúnculo pode ter contribuído para o aumento da contaminação microbiana dos frutos.
Downloads
Referências
AL-HASSAN, A.A.; NORZIAH, M.H. Starch-gelatin edible films: Water vapor permeability and mechanical properties as affected by plasticizers. Food Hydrocolloids, v.6, p.108-11, 2012.
AMARIZ, A.; LIMA, M.A. C.; TRINDADE, D.C.G. et al. Recobrimentos à base de carboximetilcelulose e dextrina em mangas 'Tommy Atkins' armazenada sob refrigeração. Ciência Rural, v.40, p.2199-2205, 2010.
ASSIS, O.B.G.; BRITTO, D. Coberturas comestíveis protetoras em frutas: fundamentos e aplicações. Brazilian Journal of Food Technology, v.17, p.87-97, 2014.
BOLZAN, R.P. Biofilmes comestíveis para conservação pós-colheita de tomate dominador. 2008. 152 f. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.
BORGES, K.M.; VILARINHO, L.B.O.; FILHO, A.A.M. et al. . Caracterização morfoagronômica e físico-química de pimentas em Roraima. Revista Agro@ambiente On-line, v.9, p.292-299, 2015.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 12, de 02 de janeiro de 2001. Regulamento Técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 de janeiro de 2001.
BRUNINI, M.A.; CARDOSO, S.S. Qualidade de pitaias de polpa branca armazenadas e diferentes temperaturas. Revista Caatinga, v.24, n.3, p.78-84, 2011.
CALBO, A.G.; CARMELO, G.P. Fisiologia pós-colheita – métodos macroscópicos e instrumentos. In: FERREIRA, M.D (Ed.). Instrumentação pós-colheita em frutas e hortaliças. Brasília, DF: Embrapa, 2017. 284 p. Disponível em: file:///C:/Users/User/Downloads/Embrapa-Instrumentacaopos-colheita.pdf. Acesso em: nov.2018.
CASTRICINI, A.; CONEGLIAN, R.C.C.; DELIZA, R. Starch edible coating of papaya: effect on sensory characteristics. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.32, p.84-92, 2012.
CERQUEIRA, A.P. Conservação pós-colheita de pimentas-de-cheiro(Capsicum chinense) armazenadas sob atmosfera modificada e refrigeração. 2012. 66f. Dissertação (Mestrado) em Produção Vegetal, Universidade Federal do Tocantins, Gurupi Tocantins (TO). 2012.
CHAVES, A.A.C.; FURTADO, S.C. Análise físico-química da pimenta de cheiro mantida em temperatura ambiente. Revista Cientifica da Fametro, v.1, p.63-76, 2015.
CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.D. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras: ESAL/FAEPE, 1990. 320 p.
CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras: ESAL/FAEPE, 2005. 785 p.
DHALL, R.K. Advances in Edible Coatings for Fresh Fruits and Vegetables: A Review. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v.53, p.435-450, 2013.
ENGELKIRK, P.G; ENGELKIRK, J.D. Microbiologia para as ciências da saúde, 2012. 480p.
ELSABEE, M.Z.; ABDOU, E.S. Chitosan based edible films and coatings: A review. Materials Science and Engineering, v.33, p.1819-1841, 2013.
FAI, A.E.C.; SOUZA, M.R.A.; BRUNO, N.V. et. al. Produção de revestimento comestível à base de resíduo de frutas e hortaliças: aplicação em cenoura (Daucus carota L.) minimamente processada. Scientia Agropecuaria, v.6, p.59 – 68, 2015.
FAKHOURI, F.M.; FONTES, L. C. B.; GONÇALVES, P. V. M. et al. Filmes e coberturas comestíveis compostas à base de amidos nativos e gelatina na conservação e aceitação sensorial de uvas Crimson. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v.27, p.369-375, 2007.
FERNANDES, P.H.S.; SOUZA, S.D.O. Tecnologia de produtos de origem vegetal: processamento de frutas e hortaliças. Uberlândia, 2001. p.89-99.
FINGER, L.F.; VIEIRA, G. Controle da perda pós-colheita de água em produtos hortícolas. Cadernos Didáticos 19. Viçosa: Editora UFV. 1997. 29p.
FOOD AND DRUG ADMINISTRATION - FDA. Generally recognized as safe (GRAS). Silver Spring. Disponível em: <https://www.fda.gov/food/ingredientspackaginglabeling/gras/>
Acesso em: nov. de 2018.
GOYENECHE, R.; AGÜERO, M.V.; ROURA, S. et al. Application of citric acid and mild heat shock to minimally processed sliced radish: Color evaluation. Postharvest Biology and Technology, v.93, p. 106-113, 2014.
JERONIMO, E. M.; BRUNINI, M.A.; ARRUDA, M.C.et al. Conservação pós-colheita de mangas ‘Tommy Atkins’ armazenadas sob atmosfera modificada. Semina: Ciências Agrárias, v.28, n.3, p.417-426, 2007.
JUNG, G.; DEGENHARDT, R. Polímero de recobrimento bioativo à base de amido de milho para prolongamento da vida de prateleira de tomate tipo cereja. Jornada Integrada em Biologia. p. 67-73. 2016. Disponível em: <http://editora.unoesc.edu.br/index.php/jornadaintegradaembiologia/article/view/10202/5576>. Acesso em: nov.2018
KADER, A.A. Postharvest technology of horticultural crops. 3.ed. California: University of California, 2002. 535 p.
KLUGE, R.A.; MINAMI, K. Efeito de ésteres de sacarose no armazenamento de tomates ‘Santa Clara’. Scientia Agrícola, v.54, n.1-2, p.39-44, 1997.
KORNACKI, J.L.; JOHNSIN, J.L. Enterobacteriaceae, coliforms, and Escherichia coli as quality and safety indicators. In: DOWNES, F.P; ITO, K. (Ed.). Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 4. ed. Washington, DC: American Public Health Association – APHA, 2001. Washington, 2001. p. 69-82.
KORTE, K.P.; FAVARÃO, S.C.M. Efeito da gelatina incolor e comercial associada a extratos vegetais como revestimento comestível na pós-colheita do morango. Revista Ciências Exatas e da Terra e Ciências Agrárias, v.1, p.8-15, 2016.
LEMOS, O.L.; REBOUÇAS, T.N.H.; JOSÉ. A.R.S. et al.. Utilização de biofilme comestível na conservação de pimentão ‘Magali r’ em duas condições de armazenamento. Bragantia, v.66, n.4, p.693-699, 2007.
LIMA, G.S.; SANTOS, M.J.P.; ANDRADE, R.O. et al.. Uso de revestimentos comestíveis pós-colheita de pimentão verde armazenado em temperatura ambiente e sob refrigeração. Caderno Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v.4, p.1-6, 2014.
LUTZ, D.L.; FREITAS, S.C. DE. Valor nutriticional. In: RIBEIRO, C.S. da C. et al. (Ed.). Pimentas Capsicum. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2008. cap. 4, p.31-38.
MARQUES, L.C.S.; FINGER, F.L.; CORDEIRO, D.C. et al.. Sensibilidade de pimentas a injuria por frio. Horticultura Brasileira (Suplemento), 23:447, 2005.
MATTIUZ, B.H.; MIGUEL, A.C.A.; GALATI, V.C.U. et al. Efeito da temperatura no armazenamento de uvas apirênicas minimamente processadas. Revista Brasileira Fruticultura, v.31, n.1, p.44-052, 2009.
MORAES, F.A.; COTA, A.M.; CAMPOS, F.M. et al. Perdas de vitamina C em hortaliças durante o armazenamento, preparo e distribuição em restaurantes. Ciência e Saúde Coletiva, v.15, p. 51-62, 2010.
MORGADO, C.M.A.; DURIGAN, J.F.; SANCHES, J. et al. Conservação pós-colheita de frutos de pimentão sob diferentes condições de armazenamento e filmes. Horticultura Brasileira, v.26, n.2, 2008.
MOREIRA, G.R.; CALIMAN, F.R.B.; SILVA, D.J.H. et al. Espécies e variedades de pimenta. Informe Agropecuário, v.27, n.235, p.16-29. 2006.
OLIVEIRA, M.A.; CEREDA, M.P. Pós-colheita de pêssego revestido com filme a base de amido como alternativa a cera comercial. Brazilian Journal of Food Tecnology, v.23, p.28-33, 2003.
OLIVEIRA, G.G.H.; CORRÊA, P.C.; BAPTESTINI, F.M. et al. Controle do amadurecimento de goiabas “Pedro Sato” tratadas por frio. Enciclopedia Biosfera, v.6, p.1-15, 2010.
OLIVEIRA, E.N.A.; SANTOS, D.C. Tecnologia e processamento de frutos e hortaliças. Natal: IFRN, 2015. 234 p.
PINHEIRO, N.M.S. Revestimentos com cera de carnaúba incorporados de antimicrobianos em caju (Anacardium Occidentale L) e goiaba (Psidium Guajava). 2012. 125 f. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2012.
PINTO, C.M.F., SANTOS, I.C.; ARAUJO, F.F. et al. Pepper and growth (Capsicum spp.). p.1-25. In: RÊGO, E.R. (Ed.). Production and Breeding of Chilli Pepper (Capsicum spp.). Springer International Publishing Switzerland. 133p. 2016.
PINTO, C. M. F.; PINTO, C. L. O.; SOUSA, S. et al. Conservação pós-colheita de Pimenta Dedo-de-moça com Revestimento de Cera de Carnaúba. In: I Congresso Brasileiro de Processamento de Frutas e Hortaliças, 2009. I Congresso Brasileiro de Processamento de Frutas e Hortaliças.
REIS, K.C.; ELIAS, H.H.S.; LIMA, L.C.O. et al.. Pepino japonês (Cucumis sativus L.) submetido ao tratamento com fécula de mandioca. Ciência Agrotécnica, v. 30, p. 487-493, 2006.
RIBEIRO, C.S.C.; AMARO, G.B.; REIFSCHNEIDER, F.J.et al. Cultivares. Arvore do conhecimento. BRS MOEMA. AGEITEC-Agência Embrapa de Informação. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/pimenta/arvore/CONT000guv5xyze02wx7ha0g934vgnk4vdsr.html. Acesso em: nov.2018.
SCANAVACA, L. J.; FONSECA, N.; PEREIRA, M. E. C. Uso de fécula de mandioca na pós-colheita de manga ‘surpresa’. Revista Brasileira de Fruticultura, v.29, p.67-71, 2007.
VALVERDE, R. M.V. Composição Bromatológica da Pimenta Malagueta in Natura e Processada em Conserva. 2011. 54f. Dissertação (Mestrado). Engenharia de Processos de Alimentos Itapetinga – BA: UESB, 2011.
VICENTININ, N.M.; CEREDA, M.P.; CAMARA, F.L.A. Revestimento de fécula de mandioca, perda de massa e alteração da cor de frutos de pimentão. Scientia Agricola, v.56, n.3. p.713-716, 1999.
ZENEBON, O.; PASCUET, N.S.; TIGLEA, P. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz. 4. ed. 2008. 1020 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.