O PROCESSO CIVILIZADOR E AS CONFIGURAÇÕES CEGAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO TARUMÃ MIRIM

Autores

  • Aguida Meneses Valadares Demétrio Universidade Federal do Amazonas – UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia - PPGSCA
  • Rita Maria dos Santos Puga Barbosa

DOI:

https://doi.org/10.18540/revesvl1iss1pp0089-0100

Palavras-chave:

Configurações sociais. Processo civilizatório. Indivíduos. Sociedade. Configurações cegas

Resumo

O processo civilizador se caracteriza onde as estruturas emocionais e comportamentais incorporam-se, modificando as transformações que acontecem na sociedade, inserindo-se nas inter-relações sociais, integrando-se no cotidiano dos indivíduos. Essas normatizações comportamentais são adquiridas desde a primeira infância, passando aos ensinamentos escolares, e estendendo-se nos relacionamentos profissionais, em uma rede figurativa de relacionamentos, formando as configurações sociais. As regras sociais deste século diferem-se daquelas dos séculos anteriores, porque o que antes era aceito como normal e social, foram se readequando, se modificando. Isto é o autocontrole como fruto do processo civilizatório norteando comportamentos, quer perante a sociedade, quer perante a si próprio. Essas relações geram as interdependências, que formam as junções entre os indivíduos, interligando-os em suas ações, sem possibilidades de separar o “eu” do “nós” nas responsabilidades. Pesquisa etnográfica, técnica da observação participante, análises quanti e qualitativa dos dados coletados com 70 assentados entrevistados. A pesquisa demonstrou que essas interligações pessoais unem imperceptivelmente os seres humanos, porque todos convivem numa mesma configuração social. A configuração cega nos remete ao conceito que os comportamentos sociais do “agora” podem influenciar, e modificar, os parâmetros sociais do “amanhã”. Nesse viés do pensamento, analisamos os aspectos do êxodo rural dos jovens do projeto de assentamento Tarumã Mirim, zona rural de Manaus-AM, rompendo o processo sucessório no que concerne à agricultura familiar, nos instigando a questionamentos acerca do futuro daquele assentamento, relacionado às questões produtivas. Polos educacionais e balneabilidade romperiam o ciclo do êxodo rural dos jovens, fomentando perspectivas de um futuro diferente ao que ora desponta.

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Biografia do Autor

Aguida Meneses Valadares Demétrio, Universidade Federal do Amazonas – UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia - PPGSCA

Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia - PPGSCA, da Universidade Federal do Amazonas – UFAM; Bolsista CAPES; Especialista em Docência do Ensino Superior pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas - CIESA (2013); Bacharela em Ciências Contábeis pelo CIESA (2001); Escritora. e-mail: agdademetrio@gmail.com

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Publicado

2018-05-02

Como Citar

Demétrio, A. M. V., & Barbosa, R. M. dos S. P. (2018). O PROCESSO CIVILIZADOR E AS CONFIGURAÇÕES CEGAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO TARUMÃ MIRIM. REVES - Revista Relações Sociais, 1(1), 0089–0100. https://doi.org/10.18540/revesvl1iss1pp0089-0100

Edição

Seção

Diversos