A FAMÍLIA OCUPACIONAL “ARQUIVISTAS E MUSEÓLOGOS”: POSICIONAMENTO NA CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE OCUPAÇÕES E PERFIL DE EMPREGO
DOI:
https://doi.org/10.18540/revesvl1iss2pp0324-0326Keywords:
Classificação Brasileira de Ocupações, Arquivistas, Museólogos, Relação Anual de Informações SociaisAbstract
Os Arquivistas e os Museólogos estão reunidos na Família ocupacional “Arquivistas e Museólogos”, na Classificação Brasileira de Ocupações. A fim de contribuir para uma reflexão crítica sobre o posicionamento de tais profissionais neste instrumento classificatório, a dissertação “A Família ocupacional ‘Arquivistas e Museólogos’: posicionamento na Classificação Brasileira de Ocupações e perfil de emprego”, defendida em 2016, no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais, buscou responder às seguintes questões: por que o posicionamento dos Arquivistas e dos Museólogos, na Classificação Brasileira de Ocupações, se dá em uma mesma Família ocupacional? Quem são e onde estão empregados os “Arquivistas e Museólogos”? Os objetivos específicos desta pesquisa foram: apresentar o posicionamento dos Arquivistas e dos Museólogos na Classificação Brasileira de Ocupações; explicar o motivo pelo qual estes profissionais formam uma única Família ocupacional; caracterizar o perfil de emprego formal dos “Arquivistas e Museólogos”, a partir dos dados estatísticos da Relação Anual de Informações Sociais. A fundamentação desta pesquisa foi feita através dos aportes teóricos da Sociologia das Profissões; da trajetória sócio-histórica dos Arquivistas e dos Museólogos; das interfaces entre a Arquivologia, a Museologia e áreas interdisciplinares; e dos estudos sobre o mercado de trabalho dos Arquivistas, dos Museólogos e da Família ocupacional “Arquivistas e Museólogos”. A abordagem metodológica utilizada foi qualitativa e quantitativa; o nível de interpretação dos objetivos foi do tipo descritivo e explicativo; e as técnicas de pesquisa utilizadas foram pesquisa documental e pesquisa bibliográfica. O tema foi relevante por contribuir com apontamentos para uma possível atualização e revisão de parte do documento da Classificação Brasileira de Ocupações; por serem poucas as pesquisas sobre esta Família ocupacional e por inovar ao utilizar a Relação Anual de Informações Sociais para caracterizar os “Arquivistas e Museólogos”. Os resultados desta pesquisa apontam que: “Arquivistas e Museólogos” pertencem à mesma Família ocupacional por motivos pragmáticos – não houve consistência teórica e metodológica para esta junção –, por inexpressividade numérica e pelo uso, mesmo que adaptado, da Classificação Internacional Uniforme de Ocupações, de 1988, como referência para a elaboração da Classificação Brasileira de Ocupações; existem interfaces entre a Arquivologia e a Museologia, mas os profissionais destas áreas possuem distintos objetos de trabalho e atribuições específicas no mercado; para ser uma ferramenta útil, as informações da Classificação Brasileira de Ocupações precisam estar atualizadas com a realidade de trabalho destes profissionais; esta pesquisa poderá orientar eventuais alterações em futuras oportunidades de revisão da Classificação Brasileira de Ocupações; a partir dos dados da Relação Anual de Informações Sociais, pode-se inferir certo perfil de quem são e onde estão empregados formalmente os 2.652 “Arquivistas e Museólogos”; os dados agregados pouco revelam sobre o perfil de emprego de cada profissional e dificulta a viabilização de propostas de políticas públicas de formação e emprego para Arquivistas e Museólogos, por isso, é latente a necessidade de melhor conhecer o mercado de trabalho destes profissionais de forma desagrupada; a comprovação de algumas hipóteses sobre o trabalho dos Arquivistas e dos Museólogos e uma completa observação da realidade só poderão ser feitas com a desvinculação das duas profissões e/ou dos dados estatísticos correspondentes.