O “novo” Ensino Médio na Amazônia do Baixo Tocantins:
perspectivas de professores de uma escola em tempo integral
DOI:
https://doi.org/10.47328/rpv.v13i2.16886Palavras-chave:
Reforma do ensino médio, Dualidade educacional, Diferenciação escolarResumo
Analisa aspectos formativos do processo de implementação do “Novo” Ensino Médio e suas implicações para a educação das juventudes de Limoeiro do Ajuru/PA, a partir das perspectivas de professores da Escola Estadual “Professor João Ludovico”, que faz parte da Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, instituída pela Lei n.º 13.415/2017. Promoveu-se revisão bibliográfica e análise documental sobre a atual reforma do ensino médio. Realizou-se ainda pesquisa exploratória do tipo estudo de campo, utilizando-se como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada com professores que atuam no Ensino Médio em Tempo Integral desde o início da implantação do programa na instituição pesquisada, bem como a observação direta. A análise dos dados utilizou a técnica de análise de conteúdo. A pesquisa demonstra que as realidades das juventudes da Amazônia não foram consideradas, especialmente a dos estudantes ribeirinhos. Concluiu-se que a flexibilização curricular implementada pela atual reforma prejudica os aspectos formativos das juventudes de Limoeiro do Ajuru/PA ao limitar a formação geral, o que tende a aprofundar a dualidade educacional e a diferenciação escolar. Destaca-se que boa parte dos sujeitos da pesquisa rejeita esse formato de flexibilização, bem como a ideia de protagonismo juvenil de base neoliberal, porém, isto não se dá de forma fundamentada em bases teóricas. Contraditoriamente, esses sujeitos demonstram simpatia por algumas concepções que orientam a atual reforma do ensino médio. Evidenciou-se, ainda, que a infraestrutura inadequada compromete a qualidade da educação no Ensino Médio em Tempo Integral na escola estudada.
Downloads
Referências
ARAUJO, R. M. L. Ensino médio brasileiro: dualidade, diferenciação escolar e reprodução das desigualdades sociais. Uberlândia: Navegando Publicações, 2019. Disponível em: https://www.editoranavegando.com/livro-ensino-medio-brasileiro. Acesso em: 8 jan. 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 2.116, de 6 de dezembro de 2019. Estabelece novas diretrizes, novos parâmetros e critérios para o Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral – EMTI, em conformidade com a Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-2.116-de-6-de-dezembro-de-2019-232132483. Acesso em: 26. fev. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 3, DE 21 de novembro de 2018. Atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/novembro-2018-pdf/102481-rceb003-18/file. Acesso em: 1 ago. 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 2, de 30 de janeiro de 2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Disponível em: https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_RES_CNECEBN22012.pdf?query=ensino%20m%C3%A9dio. Acesso em: 28 fev. 2023.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 28 jul. 2023.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 14 abr. 2023.
COSTA, A. C. G. . Protagonismo Juvenil: Adolescência, Educação e Participação Democrática. Salvador: Fundação Odebrecht, 2000.
DAYRELL, J.; CARRANO, P.; MAIA, C. L. (org.). Juventude e ensino médio: sujeitos e currículos em diálogo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. Disponível em: https://educacaointegral.org.br/wp-content/uploads/2015/01/livro-completo_juventude-e-ensino-medio_2014.pdf. Acesso em: 10 nov. 2021.
FREITAS, L. C. A Reforma Empresarial da Educação: Nova direita, velhas ideias. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2018.
FRIGOTTO, G. Reforma do Ensino Médio do (des)governo de turno: decreta-se uma escola para os ricos e outra para os pobres. Movimento – revista de educação, Rio de Janeiro, ano 3, número 5, p. 329-332, 2016. Disponível em: https://periodicos.uff.br/revistamovimento/article/view/32621. Acesso em: 17 set. 2021.
FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M.; RAMOS, M. Ensino Médio Integrado: concepção e contradições. 3ed. São Paulo: Cortez: 2012.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
PARÁ. Secretaria de Estado de Educação do Pará. Caderno de Projetos Integrados de Ensino e Campos de Saberes e Práticas Eletivos da Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Etapa Ensino Médio – Orientação para escolas da Rede Estadual de Ensino Médio do Estado Do Pará. Belém: SEDUC/PA, 2022.
PARÁ. Secretaria de Estado de Educação do Pará. Documento Curricular do Estado do Pará – Etapa Ensino Médio. Volume II. Belém: SEDUC/PA, 2021.
PARÁ. Conselho Estadual de Educação. Resolução nº 732 de 29 de novembro de 2018. Aprova o Projeto de Regularização do Ensino em Tempo Integral, a partir de 2017, bem como aprova a Matriz Curricular do Ensino Médio de Tempo Integral – Secretaria de Estado de Educação – SEDUC/PA.
RAMOS, M.; PARANHOS, M. Contrarreforma do ensino médio: dimensão renovada da pedagogia das competências?. Retratos da Escola, [S. l.], v. 16, n. 34, p. 71–88, 2022. Disponível em: https://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/1488. Acesso em: 1 ago. 2022.
SILVA, M. R. A BNCC da reforma do ensino médio: o resgate de um empoeirado discurso. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 34, e214130, 2018.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982018000100301&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 10 mar. 2021.
SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS EM EDUCAÇÃO PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ – SINTEPP. Matriz curricular implementada em 2011 e a proposta da SEDUC para 2016. Belém, 6 abr. 2016. Disponível em: https://sintepp.org.br/discussao-da-matriz-curricular-para-o-ensino-medio-no-estado-do-para/. Acesso em: 03 abr. 2023.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Ponto de Vista
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
POLITICA DE ACESSO LIVRE
A revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o principio de disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público e proporcionar a democratização do conhecimento.
A Revista se reserva o direito de efetuar nos originais alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.