A Gestão escolar no novo Ensino Médio:
os sujeitos e os tempos
DOI:
https://doi.org/10.47328/rpv.v13i2.16905Palavras-chave:
Novo Ensino Médio, Gestão de tempo integral, Gestão pedagógicaResumo
Este artigo apresenta resultados parciais de uma pesquisa de cunho qualitativo que tem como objetivo compreender a gestão e a organização do trabalho na escola a partir da implantação do Novo Ensino Médio (NEM). O objeto se constitui da necessária reflexão acerca da reforma implementada por meio da Lei no 13.415, de 16 de janeiro de 2017, a denominada Reforma do Ensino Médio, que promoveu uma profunda reorganização da etapa no Brasil. Tendo como campo empírico duas escolas de ensino médio localizadas em territórios de alta vulnerabilidade social do estado de Minas Gerais, a pesquisa tem como ancoragem metodológica a análise documental e a realização de entrevistas com integrantes da equipe gestora. Como referencial analítico buscou-se evidenciar a dupla dimensão do tempo no âmbito na gestão do trabalho na escola, a dimensão organizadora e a dimensão diferenciadora, como elementos centrais na complexidade que adquire a gestão das escolas a partir da implantação do NEM. Como apontamentos que adquirem aqui um sentido de conclusão, percebe-se que o tempo se constitui como a principal dimensão organizadora do trabalho na gestão escolar, seja na tentativa de equacionar a interação entre o tempo escolar e o tempo social dos estudantes, seja na estratificação presente nos diferentes tempos que se organizam a partir da realidade dos estudantes trabalhadores, ou, ainda, na noção de um tempo infinito que intensifica o trabalho dos gestores. Em todos os cenários, o NEM pode representar um aprofundamento das desigualdades que permeiam a história antiga e recente da etapa.
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