TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO: UMA “EVOLUÇÃO” SEM COR?

Autores

  • Elisângela de Jesus Furtado da Silva Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Ciências Econômicas - FACE/UFMG
  • Laysse Fernanda Macêdo dos Santos Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Ciências Econômicas - FACE/UFMG
  • Felipe Mateus Assis Soares Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Ciências Econômicas - FACE/UFMG

DOI:

https://doi.org/10.18540/revesvl2iss1pp0062-0078

Palavras-chave:

Teorias da administração, Raça, Etnia, Diversidade.

Resumo

As questões sociais estão presentes no interior das organizações e sendo essas consideradas formas organizativas da sociedade, questiona-se como as Teorias da Administração tratam questões de ordem social sob a ótica étnico racial, abordagem justificada em função da existência de estudos que demonstram aspectos da desigualdade existente no Brasil, além do antecedente de escravização, bem como sua implicação social na atualidade. A reflexão teórica evidenciou que até década de 80 as Teorias da Administração tiveram sua evolução pautada unicamente pelos fatores relacionados diretamente aos objetivos organizacionais, fato que tornou alheio qualquer outra questão e aí estão as sociais, de análise científica nessa área do saber. Com a ascensão e repercussão de estudos críticos, questões sociais passaram a ser debatidas no ambiente organizacional e tecnologias gerenciais foram criadas visando reformar os processos produtivos, porém a criação e adoção de práticas e técnicas voltadas à promoção das diferenças nas organizações não é suficiente para promover a profundidade demandada por questões sociais complexas como é caso do racismo proveniente da discriminação étnico racial, do sexismo, da homofobia e tantos outros, pois tratam-se de processos desenvolvidos sob um manto da negação de sua existência por centenas de anos no contexto brasileiro.

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Biografia do Autor

Elisângela de Jesus Furtado da Silva, Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Ciências Econômicas - FACE/UFMG

Mestranda do Programa de Pós Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais. . Bolsista CNPQ. Especialista em Gestão Estratégica de RH Pela UFMG. Graduada em Administração pela PUC Minas. Membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros. Possui experiência na área de Saúde Pública, Instituição do Terceiro Setor.

Laysse Fernanda Macêdo dos Santos, Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Ciências Econômicas - FACE/UFMG

Mestranda do Programa de Pós Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais. Graduada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2014). Administradora na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Experiência profissional na área de Administração, com ênfase em gestão de suprimentos.

Felipe Mateus Assis Soares, Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Ciências Econômicas - FACE/UFMG

Mestrando do Programa de Pós Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais. Possui graduação em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (2014). Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração

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Publicado

2019-02-18

Como Citar

de Jesus Furtado da Silva, E., Macêdo dos Santos, L. F., & Assis Soares, F. M. (2019). TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO: UMA “EVOLUÇÃO” SEM COR?. REVES - Revista Relações Sociais, 2(1), 0062–0078. https://doi.org/10.18540/revesvl2iss1pp0062-0078

Edição

Seção

General Papers/Artigos