TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO: UMA “EVOLUÇÃO” SEM COR?
DOI:
https://doi.org/10.18540/revesvl2iss1pp0062-0078Keywords:
Teorias da administração, Raça, Etnia, Diversidade.Abstract
As questões sociais estão presentes no interior das organizações e sendo essas consideradas formas organizativas da sociedade, questiona-se como as Teorias da Administração tratam questões de ordem social sob a ótica étnico racial, abordagem justificada em função da existência de estudos que demonstram aspectos da desigualdade existente no Brasil, além do antecedente de escravização, bem como sua implicação social na atualidade. A reflexão teórica evidenciou que até década de 80 as Teorias da Administração tiveram sua evolução pautada unicamente pelos fatores relacionados diretamente aos objetivos organizacionais, fato que tornou alheio qualquer outra questão e aí estão as sociais, de análise científica nessa área do saber. Com a ascensão e repercussão de estudos críticos, questões sociais passaram a ser debatidas no ambiente organizacional e tecnologias gerenciais foram criadas visando reformar os processos produtivos, porém a criação e adoção de práticas e técnicas voltadas à promoção das diferenças nas organizações não é suficiente para promover a profundidade demandada por questões sociais complexas como é caso do racismo proveniente da discriminação étnico racial, do sexismo, da homofobia e tantos outros, pois tratam-se de processos desenvolvidos sob um manto da negação de sua existência por centenas de anos no contexto brasileiro.Downloads
References
AKTOUF, Omar. A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo, Atlas, 1996.
ALVES, M. A. GALEÃO-SILVA, L. G. A crítica da gestão da diversidade nas organizações. RAE-Revista de Administração de Empresas, 44, 2004.
ALVESSON, M.; DEETZ, S. Teoria Crítica e abordagens pós modernas para estudos organizacionais. In: CLEGG, S. et al. (org) Handbook de estudos organizacionais: volume 1. São Paulo: Atlas, 1999.
BERNARDINO J. Ação afirmativa e a Rediscussão do mito da democracia racial no Bra-sil. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, ano 24, n.2, p. 247-273, 2002.
BITENCOURT, Claudia. Gestão Contemporânea de Pessoas: Novas Práticas, Conceitos Tradicionais. Bookman Editora, 2009.
BRANT, Nathália Lopes Caldeira. Política social e capitalismo: a política de educação na dinâmica da sociedade capitalista. Caminhos da Educação, v. 3, n. 2, 2011.
BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista – a degradação do trabalho no século XX. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
CARIBÉ, DANIEL ANDRADE. Ciência ou ideologia? A constituição do campo da administração política. Revista Brasileira de Administração Política, v. 1, n. 1, p. 31, 2008.
CHRISTIANS, C. G. A ética e a política na pesquisa qualitativa. In: DENZIN, N. LINCOLN, Y. O planejamento da pesquisa qualitativa: Teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006.
COX, T. Cultural diversity in organizations: theory, research and practice. San Francisco : Berrett-Koehler Publishers, 1991.
DOMINGUES P. Movimento negro brasileiro: história, tendências e dilemas contemporâneos. Dimensões, Vitória, v. 21, p.101-124, 2008.
DONALDSON, L. Teoria da contingência estrutural. In: CLEGG, Stewart; HARDY, Cynthia; NORD, Walter R. Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, Vol 1, 1997.
FAYOL, Henri. Administração industrial e geral: previsão, organização, comando, coordenação, controle. Atlas, 1965.
FLEURY, Maria Tereza Leme. Gerenciando a diversidade cultural: experiências de empresas brasileiras. Revista de Administração de Empresas, v. 40, n. 3, p. 18-25, 2000.
FORD, H. Os princípios da prosperidade. Rio de Janeiro: Brand, 1960.
GARCIA, Fernando Coutinho; BRONZO, Marcelo. As bases epistemológicas do pensamento administrativo convencional e a crítica à teoria das organizações. Encontro de Estudos Organizacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, v. 1, 2000.
GOMEZ, Jorge Ramon Montenegro. Crítica ao conceito de desenvolvimento. Revista Pegada, v. 3, n. 1, 2002.
GUERREIRO RAMOS, A. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. Rio de janeiro: FGV, 1981.
FREYRE, G. Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro: Record, 2002.
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
JAIME, P. Executivos Negros: racismo e diversidade no mundo empresarial. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 2016.
KATZ, Daniel; KAHN, Robert Lester. Psicologia social das organizações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1976.
KUABARA, P. S. S. SACHUK, M. I. Apontamentos Iniciais Sobre a Gestão da Diversidade: Dilemas e Significados. Revista Cesumar Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, 2011.
LAVALLE, Adrián Gurza; CASTELLO, Graziela; BICHIR, Renata Mirandola. Protagonistas na sociedade civil: redes e centralidades de organizações civis em São Paulo. Dados-Revista de Ciências Sociais, v. 50, n. 3, 2007.
LIMA, M. Desigualdade raciais e políticas públicas: ações afirmativas no governo Lula. Novos Estudos, São Paulo, n. 87, p. 77-95, 2010.
LOBOS, Julio. Desenvolvimento organizacional: teoria e aplicações. Rev. Adm. Empresas, v.15, n.3, São Paulo,1975.
MASLOW, Abraham Harold et al. Motivação e personalidade . Nova York: Harper & Row, 1970.
MAYO, E. Problemas humanos de una civilización industrial. Buenos Aires: Galeta, 1959.
MERTON, Robert King. Burocrática e personalidade. In: Edmundo Campos (org). Sociologia da Burocracia, 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
MEYER, J. W.; ROWAN, B. Institutionalized organizations: formal struture as myth and ceremony. In: POWELL, W. W.; DiMAGGIO, P. J.(Ed.). The new institucionalism in organizational analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991.
PAIXÃO, Marcelo. CARVANO, Luiz M. (orgs). Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil (2007-2008). Rio de Janeiro, 2008.
PNDU. Desenvolvimento Humano e IDH. Disponível em: < http://www.br. undp.org/content/brazil/pt/home/idh0.html >. Acesso em 10 jul. 2017.
ROSA, Alexandre Reis. Relações raciais e estudos organizacionais no Brasil: dimensões esquecidas de um debate que (ainda) não foi feito. Anais, Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, 2012.
SANTOS, Elinaldo Leal; BRAGA,Vitor; SANTOS, Reginaldo Souza; BRAGA, Alexandra Maria da Silva. Desenvolvimento: um conceito em construção. DRd-Desenvolvimento Regional em debate, v. 2, n. 1, p. 44-61, 2012.
SARAIVA, L. A. S., IRIGARAY, H. A. D. R. Políticas de diversidade nas organizações: uma questão de discurso? RAE-Revista de Administração de Empresas, 2009.
SILVA, Leandro Vedovato da; ANHOLON, Rosley; SILVA, Dirceu da; QUELHAS, Osvaldo Luiz Gonçalves. Análise dos Principais Fatores Observados em Mudanças Organizacionais: Uma Revisão da Literatura. In: Simpósio Internacional de Gestão de Projetos, Inovação e Sustentabilidade, Anais, VI SINGEP, São Paulo, dez. 2017.
SIMON, Herbert Alexander; FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Comportamento administrativo: estudo dos processos decisórios nas organizações administrativas. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1965.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Trad. Luiz João Baraúna, São Paulo: Abril Cultural, 1a ed., vol. 1, 1996.
TAYLOR, F. W. Princípios da Administração Científica. São Paulo: Atlas, 8ª ed. 1999.
TRUMAN, Harry S. Inaugural Address. 20 jan. 1949. Disponível em < https://www.trumanlibrary.org/whistlestop/50yr_archive/inagural20jan1949.htm>. Acesso em 10 dez. 2017.
WEBER, Max. Ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1946.