Alimentos fortificados: análise das declarações em rótulos de leites em pó e alimentos em pó à base de soja fortificados com vitaminas e minerais
Resumo
A adição de micronutrientes em alimentos é uma alternativa para atingir as necessidades nutricionais, suprir carências e corrigir perdas sofridas no processamento. Para o estudo escolheu-se rótulos de leites em pó e de alimentos em pó à base de soja para análise das declarações de fortificações com micronutrientes, com base na legislação vigente. A amostra constou de 21 produtos: leite em pó modificado (n=4); leite em pó integral (n=6); leite de cabra em pó (n=2); alimento em pó à base de soja (n=9). Verificaram-se 173 tipos de fortificação, e 52,4% dos rótulos apresentaram declarações equivocadas, onde, 33,3% declararam o atributo “rico”, 14,3% o atributo “fonte” e, 4,8% utilizaram o termo “adicionado”, todos indevidamente. Um produto cuja declaração de fortificação esteja em desacordo com a legislação pode não atender ao objetivo nutricional desejado e lesar o consumidor economicamente quando paga mais caro por um produto que não possui as propriedades declaradas.
Downloads
Referências
AQUINO, R.C.; PHILIPPI, S.T. Consumo infantil de alimentos industrializados e renda familiar na cidade de São Paulo. Revista de Saúde Pública, v. 36, n. 6, p. 655-660, 2002.
ARAÚJO, A.C.M.F.; ARAÚJO, W.M.C. Adequação à legislação vigente da rotulagem de produtos lácteos enriquecidos com cálcio e ferro. Revista Higiene Alimentar, v. 15, n. 88, p. 34-49, 2001a.
BEIGUELMAN, B. Curso prático de Bioestatística. 3a ed. rev. Ribeirão Preto, Revista Brasileira de Genética, 1994. 244p.
BRASIL. Portaria no 31, de 13 de janeiro de 1998a. Aprova o Regulamento Técnico referente a Alimentos Adicionados de Nutrientes essenciais. Ministério da Saúde - MS. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Disponível em http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 10 abr. 2006.
BRASIL. Portaria no 33, de 13 de janeiro de 1998b. Adota valores como níveis de IDR para as vitaminas, minerais e proteínas. Ministério da Saúde - MS. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Disponível em http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 30 out. 2005.
BRASIL. Portaria no 41, de 14 de janeiro de 1998c. Aprova o Regulamento Técnico para Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados. Ministério da Saúde - MS. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Disponível em http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 30 out. 2005.
BRASIL. Portaria no 42, de 14 de janeiro de 1998d. Aprova o Regulamento Técnico para Rotulagem de Alimentos Embalados. Ministério da Saúde - MS. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Disponível em http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 30 out. 2005.
BRASIL. Resolução RDC no 259, de 20 de setembro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados. Ministério da Saúde - MS. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Disponível em http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 30 out. 2005.
BRASIL. Resolução RDC no 269, de 22 de setembro de 2005. Aprova o Regulamento Técnico sobre a Ingestão Diária Recomendada (IDR) de proteínas, vitaminas e minerais. Ministério da Saúde - MS. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Disponível em http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 30 out. 2005.
BYRD-BREDBENNER, C.; ALFIERI, L.; WONG, A.; COTTEE, P. The inherent educational qualities of Nutrition labels. Family and Consumer Sciences Research Journal, v. 29, n. 3, p. 265-280, 2001.
CELESTE, R.K. Análise comparativa da legislação sobre rótulo alimentício do Brasil, Mercosul, Reino Unido e União Européia. Revista de Saúde Pública, v. 35, n. 3, p. 217-223, 2001.
GRACIANO, R.A.S.; GONZALEZ,E.; JORGE, L.I.F.; SILVA, M.L.P. Avaliação da rotulagem praticada pela indústria alimentícia brasileira. Revista Higiene Alimentar, v. 14, n. 73, p. 21-27, 2000.
LIBERATO, S.C.; SANT’ANA, H.M.P. Fortification of industrializad foods with vitamins. Revista de Nutrição, v. 19, n. 2, p. 215-231, 2006.
MACÊDO, J.A.B.; BARBOSA, N.R.; LEÃO, R. M. C.; VIEIRA, L.G. Avaliação do rótulo e rotulagem de diferentes variedades de leites em pó comercializados na cidade de Juiz de Fora – Minas Gerais. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Torres, v.54, n.309, p.1-12, 1999.
NASCIMENTO, S.P. Rotulagem nutricional. Revista Higiene Alimentar, v. 15, n. 83, p. 71-75, 2001.
ORRISS, G.D. Food fortification: Safety and legislation. Food and Nutrition Bulletin, v.19, n.2, p.109-116, 1998.
PANETTA, J.C. Globalização e consumo seguro de alimentos. Revista Higiene Alimentar, ed.112, editorial, 2004.
TABAI, K.C. Avaliação dos resultados do programa de análise da qualidade de alimentos do Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial – INMETRO. 2001. 139p. Tese (Doutorado em Alimentos e Nutrição). Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.
TABAI, K.C. Análise de controle de alimentos no Brasil: da intervenção governamental à participação de consumidores e suas organizações. Revista Higiene Alimentar, v. 16, n. 97, p. 22-25, 2002.
TABAI, K.C.; BRANCO, N.S.D.C.; HELMS, M.; COSTA, J.N. Rotulagem nutricional: situação no município de Seropédica, RJ. Revista Oikos, v.17, n.1, p.105-121, 2006.
TORRES, M.A.A.; SATO, K.; LOBO, N.F.; QUEIROZ, S.S. Efeito do uso de leite fortificado com ferro e vitamina C sobre os níveis de hemoglobina e condição nutricional de crianças menores de 2 anos. Revista de Saúde Pública, v. 29, n. 4, p. 301-307, 1995.
VILLELA, S.H.M. Análise de rótulos de alimentos embalados importados comercializados no varejo da cidade de Campinas – SP. 2003. p. 83. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.
VOGT, C. Alimento Seguro. Revista Eletrônica ComCiência, 2005. Disponível em: http://www.comciencia.br/reportagens/2005/09/01.shtml. Acesso em: 22 fev. 2006.
WIJNGAART, A.W.V.D. Nutrition labelling: purpose, scientific issues and challenges. Asia Pacific Journal Clinical Nutrition, v. 11, n. 2, p. 68-71, 2002.
ZANCUL, M.S. Fortificação de alimentos com ferro e vitamina A. Medicina, Ribeirão Preto, v. 37, p. 45-50, 2004.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista Oikos: Família e Sociedade em Debate. Deve ser consignada a fonte de publicação original. Para a disponibilização e utilização dos artigos em acesso aberto, o periódico adota a licença Creative Commons Attribution 4.0 International Public License: CC BY 4.0. Isso significa que outras pessoas podem compartilhar - copiar ou distribuir o material em qualquer mídia ou formato; adaptar - remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, desde que atribuído o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se foram feitas alterações" (CC BY 4.0).
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
Quanto às questões de plágio, a Oikos utiliza o software de verificação de similaridade de conteúdo – política de plágio (CopySpider) nos artigos submetidos ao periódico.
Ao submeter o artigo, o autor se compromete que os dados relatados no artigo não são resultados de má conduta ética, tais como: dados produzidos, uso indevido de imagens, falsificação, plágio, autoplágio ou duplicidade. O autor declara que nada no artigo infringe qualquer direito autoral ou de propriedade intelectual de outrem, pois, caso contrário, ele poderá responder integralmente por qualquer dano causado a terceiros, em todas as esferas administrativas e jurídicas cabíveis, nos estritos termos da Lei nº 9.610/98